domingo, 17 de março de 2013


5º Ano – Teatro 

O teatro, nesse sentido mostra-se como agente contribuidora para o desenvolvimento completo da criança, atuando em diversas regiões cognitivas e emocionais do ser humano. Além disso, opera na socialização dos pequenos estudantes, permitindo interação entre eles e o mundo que os rodeia. Tratarei o teatro com os jogos teatrais orientados por VIOLA SPOLIN, visto que esta linguagem da arte não é minha especialidade e tão pouco de intimidade, por tal motivo seguirei as orientações dos livros da autora referida.

Resumo
Teóricos enfatizam a importância do jogo no processo de aprendizagem na infância, desde Rousseau e Dewey a Piaget e Vygotsky. O jogo constitui-se como o cerne da manifestação da inteligência no ser humano, o agrupamento entre crianças oscila entre dois tipos de moral: o da heteronomia e a da autonomia. As tentativas de colaboração (pacto democrático) resultam do crescente sentido de cooperação e não atingem nunca um equilíbrio ideal ou estático. A consciência de si implica uma confrontação continua do eu com o outro. Com os jogos será possível também desenvolver liberdade dentro de regras estabelecidas. Os jogos são baseados em problemas a serem solucionados. Viola Spolin

Introdução
Aos 10 anos, quase todas as crianças já passaram pela fase de estranhamento frente ao mundo, decorrente do desaparecimento do sentimento de unidade e integração com a natureza e o ambiente, o que prevalecia até por volta dos 9 anos; vislumbram agora a própria individualidade e começam a desenvolver uma fase mais harmoniosa, que deverá durar até aproximadamente os 12 anos. Estas crianças querem estar aqui e agora; muito saudáveis e ativas, sentem grande entusiasmo e curiosidade por tudo que lhes é apresentado.

A roda rítmica, tão utilizada com crianças menores no início de cada dia, para harmonizá-las e prepará-las para a aprendizagem, passa por transformações. Os exercícios rítmicos* passam a ser feitos na posição frontal: ou com a classe toda de frente para o professor, ou uma metade frente à outra metade etc.

Sugerimos que os conteúdos das matérias sejam dados com muitas descrições, bem ricas e coloridos; os alunos geralmente fazem muitas perguntas e acrescentam informações que eles mesmos possuem ou descobrem. Nessa faixa etária, é necessário caracterizar cada conteúdo trazido antes de conceituá-lo. Não se deve fazer nenhuma dissecação científica, o que ressecaria qualquer vivência.

Uma das vias de acesso aos sentimentos das crianças desta idade é a Mitologia Nórdica, uma coleção de histórias com origens variadas e transmitidas oralmente até o século XI na Escandinávia, quando foram escritas pela primeira vez em versos. Essa coleção chama-se Antiga “Edda” (a palavra “Edda” significa mulher antepassada ou bisavó). Por volta de 1200 d.C., o islandês Snorre Sturlason escreve a Nova “Edda”, mas em prosa.

Através destas histórias, as crianças de 10 anos podem penetrar de forma imaginativa em alguns segredos da existência humana: são imagens vigorosas, que “sacodem” saudavelmente as crianças e que lhes falam de honra, coragem, luta e outros valores fundamentais. As histórias, tocando seu coração, traduzem a mudança de consciência pela qual elas estão passando. A imagem das normas, por exemplo, chama a atenção para a passagem do tempo, para a existência do passado, do presente e do futuro, que só agora a criança tem condições de compreender em profundidade. No contexto destas imagens, o professor pode trabalhar os tempos verbais. Na história de Siegfried, o herói deve forjar a própria espada, vencer o dragão e libertar a jovem aprisionada pelo fogo: são belas imagens que já apareceram, de forma simplificada, em contos de fada, mas que agora, com nova roupagem, falam da luta interior que cada criança trava nesta idade, afastando-se da infância em direção ao seu caminho individual, tentando superar os impulsos e conquistar uma postura amorosa e equilibrada diante do mundo.

Os alunos nesta idade sentem uma atração muito forte pelos animais, querem conhecê-los, saber como vivem e quais as suas especialidades. Esta abordagem é bem diferente daquela feita com as fábulas em anos anteriores. Agora, descrevem-se os animais observando suas formas e cores, movimentos e habitat,como se alimentam e como se protegem e, principalmente, suas especialidades. As crianças constatarão que o homem não tem uma especialidade única, mas que pode conter todas de maneira menos desenvolvida. É como se um pouco de cada animal estivesse reunido no ser humano. Mostrando às crianças os animais em sua relação com o homem, a ponte entre elas e o mundo é reconstruída e o entendimento cultivado. Quando a criança percebe o entrelaçamento e a interdependência que existe entre todas as coisas do mundo, ganha confiança e desenvolve um sentimento social.

Para crianças de 10 anos, sugere-se que o estudo da Geografia e da História seja ainda bastante integrado. Pode-se iniciar com o lugar onde as crianças vivem: elas podem ser solicitadas a observar e desenhar sua casa, as redondezas, o caminho para a escola e suas cercanias; fala-se da cidade onde se vive e que ela não foi sempre assim. O que existia antes de a cidade aparecer? Quem vivia aqui? Como vieram os primeiros navegantes que aqui chegaram? O que precisaram enfrentar? Todo este assunto é muito extenso, mas tudo pode ser contado como uma história, sem julgamentos. Para isto haverá ocasião nos próximos anos!

Também neste ano pode-se aprofundar a sistematização da gramática e amplia-se o estudo das classes gramaticais, vivenciadas nos anos anteriores. Na matemática entram as frações: só depois de se perceber separada do mundo é que a criança entende melhor a fragmentação.

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