5º
Ano – Teatro
O teatro, nesse sentido
mostra-se como agente contribuidora para o desenvolvimento completo da criança,
atuando em diversas regiões cognitivas e emocionais do ser humano. Além disso,
opera na socialização dos pequenos estudantes, permitindo interação entre eles e
o mundo que os rodeia. Tratarei o teatro com os jogos teatrais orientados por
VIOLA SPOLIN, visto que esta linguagem da arte não é minha especialidade e tão
pouco de intimidade, por tal motivo seguirei as orientações dos livros da
autora referida.
Resumo
Teóricos enfatizam a importância do jogo no processo de aprendizagem na
infância, desde Rousseau e Dewey a Piaget e Vygotsky. O jogo constitui-se como
o cerne da manifestação da inteligência no ser humano, o agrupamento entre
crianças oscila entre dois tipos de moral: o da heteronomia e a da autonomia.
As tentativas de colaboração (pacto democrático) resultam do crescente sentido
de cooperação e não atingem nunca um equilíbrio ideal ou estático. A consciência
de si implica uma confrontação continua do eu com o outro. Com os jogos será
possível também desenvolver liberdade dentro de regras estabelecidas. Os jogos
são baseados em problemas a serem solucionados. Viola Spolin
Introdução
Aos 10 anos, quase
todas as crianças já passaram pela fase de estranhamento frente ao mundo,
decorrente do desaparecimento do sentimento de unidade e integração com a
natureza e o ambiente, o que prevalecia até por volta dos 9 anos; vislumbram
agora a própria individualidade e começam a desenvolver uma fase mais
harmoniosa, que deverá durar até aproximadamente os 12 anos. Estas crianças
querem estar aqui e agora; muito saudáveis e ativas, sentem grande entusiasmo e
curiosidade por tudo que lhes é apresentado.
A roda rítmica, tão
utilizada com crianças menores no início de cada dia, para harmonizá-las e
prepará-las para a aprendizagem, passa por transformações. Os exercícios
rítmicos* passam a ser feitos na posição frontal: ou com a classe toda de
frente para o professor, ou uma metade frente à outra metade etc.
Sugerimos que os
conteúdos das matérias sejam dados com muitas descrições, bem ricas e coloridos;
os alunos geralmente fazem muitas perguntas e acrescentam informações que eles
mesmos possuem ou descobrem. Nessa faixa etária, é necessário caracterizar cada
conteúdo trazido antes de conceituá-lo. Não se deve fazer nenhuma dissecação
científica, o que ressecaria qualquer vivência.
Uma das vias de
acesso aos sentimentos das crianças desta idade é a Mitologia Nórdica, uma coleção de histórias com origens variadas e
transmitidas oralmente até o século XI na Escandinávia, quando foram escritas
pela primeira vez em versos. Essa coleção chama-se Antiga “Edda” (a palavra
“Edda” significa mulher antepassada ou bisavó). Por volta de 1200 d.C., o
islandês Snorre Sturlason escreve a Nova “Edda”, mas em prosa.
Através destas
histórias, as crianças de 10 anos podem penetrar de forma imaginativa em alguns
segredos da existência humana: são imagens vigorosas, que “sacodem” saudavelmente
as crianças e que lhes falam de honra, coragem, luta e outros valores
fundamentais. As histórias, tocando seu coração, traduzem a mudança de
consciência pela qual elas estão passando. A imagem das normas, por exemplo,
chama a atenção para a passagem do tempo, para a existência do passado, do
presente e do futuro, que só agora a criança tem condições de compreender
em profundidade. No contexto destas imagens, o professor pode trabalhar os
tempos verbais. Na história de Siegfried, o herói deve forjar a própria
espada, vencer o dragão e libertar a jovem aprisionada pelo fogo: são belas
imagens que já apareceram, de forma simplificada, em contos de fada, mas que
agora, com nova roupagem, falam da luta interior que cada criança trava nesta
idade, afastando-se da infância em direção ao seu caminho individual, tentando
superar os impulsos e conquistar uma postura amorosa e equilibrada diante do
mundo.
Os alunos nesta idade
sentem uma atração muito forte pelos animais, querem conhecê-los, saber como
vivem e quais as suas especialidades. Esta abordagem é bem diferente daquela
feita com as fábulas em anos anteriores. Agora, descrevem-se os animais
observando suas formas e cores, movimentos e habitat,como se alimentam e como
se protegem e, principalmente, suas especialidades. As crianças constatarão que
o homem não tem uma especialidade única, mas que pode conter todas de maneira
menos desenvolvida. É como se um pouco de cada animal estivesse reunido no ser
humano. Mostrando às crianças os animais em sua relação com o homem, a ponte
entre elas e o mundo é reconstruída e o entendimento cultivado. Quando a
criança percebe o entrelaçamento e a interdependência que existe entre todas as
coisas do mundo, ganha confiança e desenvolve um sentimento social.
Para crianças de 10
anos, sugere-se que o estudo da Geografia e da História seja ainda
bastante integrado. Pode-se iniciar com o lugar onde as crianças vivem:
elas podem ser solicitadas a observar e desenhar sua casa, as redondezas, o
caminho para a escola e suas cercanias; fala-se da cidade onde se vive e que
ela não foi sempre assim. O que existia antes de a cidade aparecer? Quem vivia
aqui? Como vieram os primeiros navegantes que aqui chegaram? O que precisaram
enfrentar? Todo este assunto é muito extenso, mas tudo pode ser contado como
uma história, sem julgamentos. Para isto haverá ocasião nos próximos anos!
Também neste ano
pode-se aprofundar a sistematização da gramática e amplia-se o estudo
das classes gramaticais, vivenciadas nos anos anteriores. Na matemática entram
as frações: só depois de se perceber separada do mundo é que a criança
entende melhor a fragmentação.